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Aos 93 anos e consagrada na literatura infantil, Ruth Rocha revela novos contratos e textos inéditos
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A escritora brasileira Ruth Rocha, com uma carreira de cinco décadas consagrada na literatura infantil, impressiona por sua lucidez e novos projetos aos 93 anos. Autora de clássicos como “Marcelo, Marmelo, Martelo”, “A primavera da Lagarta” e “O Reizinho Mandão”, publicados entre as décadas de 1970 e 1980, além de outras dezenas de livros que marcaram a fase escolar de várias gerações, revela novos contratos com editoras nacional e internacional, além de novos formatos de obras clássicas e textos inéditos.
A obra de Ruth Rocha foi representada na Feira do Livro de Frankfurt, entre os dias 16 ao 20 de outubro.“A minha mãe, aos 93 anos, está assinando um contrato de mais 15 anos de 150 obras com uma das maiores editoras, a Santillana Mundial e a Salamandra, no Brasil, tendo em conta tantas coisas acontecendo no Brasil. A gente achou que seria muito importante que o mundo também conhecesse o que está acontecendo com Ruth Rocha, quem é Ruth Rocha e toda a sua obra que é tão cara para tantos brasileiros”, diz Mariana Rocha, filha e organizadora do mais novo projeto profissional de expansão internacional da obra de sua mãe.
Os livros da consagrada autora foram representadas dentro no estande brasileiro na feira, na Alemanha, que recebe visitas de leitores diversos, editoras internacionais, ONGs que trabalham com língua portuguesa e famílias bilíngues.
“Eu achei que teria menos repercussão, mas a gente aqui vê como Ruth Rocha é amada no mundo inteiro, na maioria por brasileiros, mas quem toma conhecimento da obra nesta feira está se encantando também”, conta Mariana, ao pontuar a presença das obras de sua mãe na feira literária dedicada à literatura infanto-juvenil realizada anualmente em Bolonha, na Itália, e que começa no próximo dia 25 de outubro.
Novos projetos aos 93 anos
Já Ruth é modesta ao dizer que não pode escrever muita coisa por conta de sua idade. Ao mesmo tempo, conta sobre seu último lançamento, no final de 2023, “O grande livro dos macacos”, no qual aborda curiosidades científicas. Em entrevista à RFI, Ruth falou do andamento de um livro de contos, no qual está trabalhando, e uma história inédita: “Estou começando a escrever a verdadeira história da Cinderela”, revela.
Ruth Rocha sempre abordou em seus livros infantis temas sócio-políticos e culturais, e o racismo – interesses que ela atribui aos seus estudos e interesse por sociologia política. A escritora conseguiu driblar, nos tempos da ditadura no Brasil, a censura frouxa na literatura infantil, ao condenar o regime em “O Reizinho Mandão” e outros títulos em que os reis eram as figuras políticas criticadas.
Com 40 milhões de exemplares vendidos e traduzida para 25 idiomas, Ruth acredita que a literatura pode contribuir para a vida democrática e lamenta a ascensão da extrema direta na Europa e no Brasil. “Eu acho que (a literatura) é uma maneira que a gente tem de combater”, opina.
Sucesso eternizado na infância das pessoas
Mariana Rocha relata ter ficado surpresa com a visita de tantos brasileiros no estande de Frankfurt. Ela diz que ao descobrirem que se tratava da filha da própria Ruth Rocha, os fãs da escritora a enchiam de abraços, relatos de vida e agradecimentos calorosos pelo significado dos livros de Ruth em suas infâncias.
Ela destacou a história de uma mulher natural do Rio de Janeiro, que consagra ao livro “Marcelo, Marmelo, Martelo” sua mudança de perspectivas de vida quando criança.
“Essa menina que se chama Andreia me disse: ‘sua mãe mudou minha vida, eu achei que eu fosse ser pobre o resto da minha vida e repetir o que eu via ao meu redor, mas através desse livro eu percebi que eu poderia fazer alguma coisa por mim e poderia mudar’. E ela hoje tem um projeto maravilhoso de literatura com crianças aqui na Alemanha. Nós choramos juntas, foi muito emocionante”, revela Mariana Rocha.
Apesar de seu enorme sucesso de décadas com várias gerações de crianças, Ruth não concorda de ser coroada no posto de ‘rainha dos baixinhos da literatura infantil’.
“Livro é uma coisa livre, livro não tem rei! Eu me sinto muito solidária com criança. Eu escrevo para crianças por que eu sinto necessidade de apoiar à criança e ajudar a criança a viver. Eu nem penso em ensinar, mas em sugerir formas de vida boas, ricas e inteligentes. Não me sinto rainha não”, brinca Ruth Rocha.
A editora Salamandra, em seu contrato firmado até 2039 com a escritora, pretende uma "completa renovação" de todos os livros da autora com edições especiais, novas ilustrações e novos formatos, sendo "um projeto bastante ambicioso pela frente", informou a assessoria de imprensa de Ruth Rocha.
27 episod
Aos 93 anos e consagrada na literatura infantil, Ruth Rocha revela novos contratos e textos inéditos
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A escritora brasileira Ruth Rocha, com uma carreira de cinco décadas consagrada na literatura infantil, impressiona por sua lucidez e novos projetos aos 93 anos. Autora de clássicos como “Marcelo, Marmelo, Martelo”, “A primavera da Lagarta” e “O Reizinho Mandão”, publicados entre as décadas de 1970 e 1980, além de outras dezenas de livros que marcaram a fase escolar de várias gerações, revela novos contratos com editoras nacional e internacional, além de novos formatos de obras clássicas e textos inéditos.
A obra de Ruth Rocha foi representada na Feira do Livro de Frankfurt, entre os dias 16 ao 20 de outubro.“A minha mãe, aos 93 anos, está assinando um contrato de mais 15 anos de 150 obras com uma das maiores editoras, a Santillana Mundial e a Salamandra, no Brasil, tendo em conta tantas coisas acontecendo no Brasil. A gente achou que seria muito importante que o mundo também conhecesse o que está acontecendo com Ruth Rocha, quem é Ruth Rocha e toda a sua obra que é tão cara para tantos brasileiros”, diz Mariana Rocha, filha e organizadora do mais novo projeto profissional de expansão internacional da obra de sua mãe.
Os livros da consagrada autora foram representadas dentro no estande brasileiro na feira, na Alemanha, que recebe visitas de leitores diversos, editoras internacionais, ONGs que trabalham com língua portuguesa e famílias bilíngues.
“Eu achei que teria menos repercussão, mas a gente aqui vê como Ruth Rocha é amada no mundo inteiro, na maioria por brasileiros, mas quem toma conhecimento da obra nesta feira está se encantando também”, conta Mariana, ao pontuar a presença das obras de sua mãe na feira literária dedicada à literatura infanto-juvenil realizada anualmente em Bolonha, na Itália, e que começa no próximo dia 25 de outubro.
Novos projetos aos 93 anos
Já Ruth é modesta ao dizer que não pode escrever muita coisa por conta de sua idade. Ao mesmo tempo, conta sobre seu último lançamento, no final de 2023, “O grande livro dos macacos”, no qual aborda curiosidades científicas. Em entrevista à RFI, Ruth falou do andamento de um livro de contos, no qual está trabalhando, e uma história inédita: “Estou começando a escrever a verdadeira história da Cinderela”, revela.
Ruth Rocha sempre abordou em seus livros infantis temas sócio-políticos e culturais, e o racismo – interesses que ela atribui aos seus estudos e interesse por sociologia política. A escritora conseguiu driblar, nos tempos da ditadura no Brasil, a censura frouxa na literatura infantil, ao condenar o regime em “O Reizinho Mandão” e outros títulos em que os reis eram as figuras políticas criticadas.
Com 40 milhões de exemplares vendidos e traduzida para 25 idiomas, Ruth acredita que a literatura pode contribuir para a vida democrática e lamenta a ascensão da extrema direta na Europa e no Brasil. “Eu acho que (a literatura) é uma maneira que a gente tem de combater”, opina.
Sucesso eternizado na infância das pessoas
Mariana Rocha relata ter ficado surpresa com a visita de tantos brasileiros no estande de Frankfurt. Ela diz que ao descobrirem que se tratava da filha da própria Ruth Rocha, os fãs da escritora a enchiam de abraços, relatos de vida e agradecimentos calorosos pelo significado dos livros de Ruth em suas infâncias.
Ela destacou a história de uma mulher natural do Rio de Janeiro, que consagra ao livro “Marcelo, Marmelo, Martelo” sua mudança de perspectivas de vida quando criança.
“Essa menina que se chama Andreia me disse: ‘sua mãe mudou minha vida, eu achei que eu fosse ser pobre o resto da minha vida e repetir o que eu via ao meu redor, mas através desse livro eu percebi que eu poderia fazer alguma coisa por mim e poderia mudar’. E ela hoje tem um projeto maravilhoso de literatura com crianças aqui na Alemanha. Nós choramos juntas, foi muito emocionante”, revela Mariana Rocha.
Apesar de seu enorme sucesso de décadas com várias gerações de crianças, Ruth não concorda de ser coroada no posto de ‘rainha dos baixinhos da literatura infantil’.
“Livro é uma coisa livre, livro não tem rei! Eu me sinto muito solidária com criança. Eu escrevo para crianças por que eu sinto necessidade de apoiar à criança e ajudar a criança a viver. Eu nem penso em ensinar, mas em sugerir formas de vida boas, ricas e inteligentes. Não me sinto rainha não”, brinca Ruth Rocha.
A editora Salamandra, em seu contrato firmado até 2039 com a escritora, pretende uma "completa renovação" de todos os livros da autora com edições especiais, novas ilustrações e novos formatos, sendo "um projeto bastante ambicioso pela frente", informou a assessoria de imprensa de Ruth Rocha.
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