Artes da tradição: Mestre do Povo
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Bom dia, Boa tarde, Boa Noite, meu nome é Carlinhos Alves, direto de Fortaleza, com mais uma edição do podcast, O Literato, com resenhas de livros, comentários sobre filmes e séries baseados em literatura escrita, além de entrevistas, de memórias culturais e histórias de músicas e poesias que marcaram todas as épocas.
Na 1° edição, vamos falar sobre o livro Artes da Tradição: Mestres do Povo, escrito por Gilmar de Carvalho e fotografia de Francisco Sousa.
Nos últimos tempos têm surgido na TV, diversos programas jornalísticos com reportagens especiais, que saem do tradicional, do lead da notícia, da pirâmide invertida e entram na atmosfera de ser mais uma vivência do repórter, no meio da história que ele está contando, nesse caso, os exemplos se multiplicam, eu cito aqui, no Ceará, o quadro Nosso Ceará, feito pelo jornalista Rodrigo Vargas, que mostra personagens inusitados. A TV Record faz muito isso e um dos destaques foi de Renata Alves, vencedora do prêmio BNB de Jornalismo de 2005, que viajou o Brasil mostrando pessoas e casos curiosos.
O livro Mestres do Povo reúne 50 reportagens, que foram veiculadas, por Gilmar de Carvalho em 2003, no Jornal Diário do Nordeste. De acordo com o professor e mestre em Comunicação Social, “foram mais de 20 mil quilômetros rodados em ônibus, carroceria de D-10, topics, moto-táxis e alguns no Fiat Uno Mile, vermelho, de 1996”.
A obra fala sobre gastronomia, em Viçosa do Ceará, com Alfredo e dona Teresinha, alfenis de dona Socorro, queijada de Roberto e Lenilse e Raimundo dos Queijos. Foi ouvir a sanfona de Chico Paes, as rabecas de Antônio Hortênsio, José Oliveira e Raimundo Veríssimo. Nessas viagens ele encontrou ainda no caminho, “os pifes” de Raimundo Aniceto e seu Alfredo.
São diversas histórias de gente popular, que o próprio autor diz seguir algumas indicações e pistas: “Umas pessoas indicavam outras, ouvíamos nossas intuições e assim foi possível tecer esta trama de textos e imagens”.
Passou por São Gonçalo e viu a dança de Miraíma, reisado do Panteca em Sobral, lapinha de dona Tataí, o coco e a caninha verde do litoral e viola de João Alexandre. Teve o maracatu de Zé Rainha, a pomba gira da dona Neide, o pajé Barbosa, o tucum de dona Do Carmo.
No prefácio do livro, Luís Humberto Marcos, comenta que o trabalho, “trata-se de uma escrita clara, não rebuscada, e que, com observação cirúrgica, apresenta os elementos essenciais caracterizados de cada situação e personagem. A força narrativa torna quase presentes as personagens e recantos de cada estória... ouve-se a rainha vaqueira, sente-se o cheiro da paçoca de dona Djanira... ouvem-se histórias de cordel...”
Para quem não conhece, Gilmar de Carvalho é professor do Curso de Comunicação Social da UFC. Conhecido pela publicação do perfil de Patativa do Assaré, do poeta Manoel Caboclo e do violeiro Neco Martins e também do livro o Ceará de Ednardo. Quem acompanha as notícias culturais dos jornais do Ceará sempre o vê comentando sobre a visão da cultura popular. Ele é figura presente em documentários da TV Ceará e TV Assembleia comentando sobre essa visão cultural da sociedade cearense.
Já o fotógrafo Francisco Sousa é de Santarém (PA) e filho de imigrantes cearenses, que escaparam da seca em 1958. É guia de turismo nacional. Você quando puder ter acesso ao livro, vai poder ver as imagens, desse artista, que também é formado em filosofia.
As estórias dos homens e mulheres que constroem a arte e a culinária cearense passam por Limoeiro do Norte para conhecer o barro de Braúnas, ou mesmo para visualizar as máscaras heráldicas de Cícera Fonseca.
É tempo de descoberta da nossa cultura e entrar nesse universo, pela escrita de Gilmar, que nos trás memórias afetivas, de tempos remotos, como nos apitos eróticos de Zé Celestino, os bonecos de Wagner de Ocara. Eu achei impressionante a rainha vaqueira de Canindé e a Pharmacia Iracema, que com mais de cem anos está ainda em atividade.
Artes da Tradição: Mestres do Povo tem sua edição pela UFC/UECE, editora Leo, em 2005, ele é uma ótima oportunidade para conhecer os talentos locais, que muitas vezes não são reconhecidos pelo poder público.
Agradecimentos a toda audiência deste podcast. Edição e narração Carlinhos Alves, na busca por desbravar o mundo imaginário, às vezes real e duro e às vezes poético e belo, abraço e até uma próxima vez.
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Na 1° edição, vamos falar sobre o livro Artes da Tradição: Mestres do Povo, escrito por Gilmar de Carvalho e fotografia de Francisco Sousa.
Nos últimos tempos têm surgido na TV, diversos programas jornalísticos com reportagens especiais, que saem do tradicional, do lead da notícia, da pirâmide invertida e entram na atmosfera de ser mais uma vivência do repórter, no meio da história que ele está contando, nesse caso, os exemplos se multiplicam, eu cito aqui, no Ceará, o quadro Nosso Ceará, feito pelo jornalista Rodrigo Vargas, que mostra personagens inusitados. A TV Record faz muito isso e um dos destaques foi de Renata Alves, vencedora do prêmio BNB de Jornalismo de 2005, que viajou o Brasil mostrando pessoas e casos curiosos.
O livro Mestres do Povo reúne 50 reportagens, que foram veiculadas, por Gilmar de Carvalho em 2003, no Jornal Diário do Nordeste. De acordo com o professor e mestre em Comunicação Social, “foram mais de 20 mil quilômetros rodados em ônibus, carroceria de D-10, topics, moto-táxis e alguns no Fiat Uno Mile, vermelho, de 1996”.
A obra fala sobre gastronomia, em Viçosa do Ceará, com Alfredo e dona Teresinha, alfenis de dona Socorro, queijada de Roberto e Lenilse e Raimundo dos Queijos. Foi ouvir a sanfona de Chico Paes, as rabecas de Antônio Hortênsio, José Oliveira e Raimundo Veríssimo. Nessas viagens ele encontrou ainda no caminho, “os pifes” de Raimundo Aniceto e seu Alfredo.
São diversas histórias de gente popular, que o próprio autor diz seguir algumas indicações e pistas: “Umas pessoas indicavam outras, ouvíamos nossas intuições e assim foi possível tecer esta trama de textos e imagens”.
Passou por São Gonçalo e viu a dança de Miraíma, reisado do Panteca em Sobral, lapinha de dona Tataí, o coco e a caninha verde do litoral e viola de João Alexandre. Teve o maracatu de Zé Rainha, a pomba gira da dona Neide, o pajé Barbosa, o tucum de dona Do Carmo.
No prefácio do livro, Luís Humberto Marcos, comenta que o trabalho, “trata-se de uma escrita clara, não rebuscada, e que, com observação cirúrgica, apresenta os elementos essenciais caracterizados de cada situação e personagem. A força narrativa torna quase presentes as personagens e recantos de cada estória... ouve-se a rainha vaqueira, sente-se o cheiro da paçoca de dona Djanira... ouvem-se histórias de cordel...”
Para quem não conhece, Gilmar de Carvalho é professor do Curso de Comunicação Social da UFC. Conhecido pela publicação do perfil de Patativa do Assaré, do poeta Manoel Caboclo e do violeiro Neco Martins e também do livro o Ceará de Ednardo. Quem acompanha as notícias culturais dos jornais do Ceará sempre o vê comentando sobre a visão da cultura popular. Ele é figura presente em documentários da TV Ceará e TV Assembleia comentando sobre essa visão cultural da sociedade cearense.
Já o fotógrafo Francisco Sousa é de Santarém (PA) e filho de imigrantes cearenses, que escaparam da seca em 1958. É guia de turismo nacional. Você quando puder ter acesso ao livro, vai poder ver as imagens, desse artista, que também é formado em filosofia.
As estórias dos homens e mulheres que constroem a arte e a culinária cearense passam por Limoeiro do Norte para conhecer o barro de Braúnas, ou mesmo para visualizar as máscaras heráldicas de Cícera Fonseca.
É tempo de descoberta da nossa cultura e entrar nesse universo, pela escrita de Gilmar, que nos trás memórias afetivas, de tempos remotos, como nos apitos eróticos de Zé Celestino, os bonecos de Wagner de Ocara. Eu achei impressionante a rainha vaqueira de Canindé e a Pharmacia Iracema, que com mais de cem anos está ainda em atividade.
Artes da Tradição: Mestres do Povo tem sua edição pela UFC/UECE, editora Leo, em 2005, ele é uma ótima oportunidade para conhecer os talentos locais, que muitas vezes não são reconhecidos pelo poder público.
Agradecimentos a toda audiência deste podcast. Edição e narração Carlinhos Alves, na busca por desbravar o mundo imaginário, às vezes real e duro e às vezes poético e belo, abraço e até uma próxima vez.
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