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Percepção de equivalência de culpa da guerra na Ucrânia desqualifica o Brasil como mediador

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Durante a reunião do G7, Lula voltou a se colocar como um possível mediador para buscar a paz entre russos e ucranianos. No entanto, algumas críticas e comentários do presidente brasileiro demonstram que ele ainda não vê a origem da guerra a partir de uma invasão russa. Lula afirmou ainda que a busca pela paz que a Ucrânia quer é irreal, pois ela representa a rendição total da Rússia.

Thiago de Aragão, analista político

Quando a soberania de um país que estava quieto em seu canto é violada por meio de uma invasão, não dá para relativizar o ato do agressor e equalizá-lo ao comportamento do agredido. A Ucrânia, violentada pela invasão russa, certamente não quer dividir a culpa da guerra com seu agressor. A percepção brasileira de equivalência de culpa é exatamente o que desqualifica o Brasil para o papel de mediador.

É absolutamente compreensível que o presidente Lula busque esse protagonismo como mediador. Afinal, sua reputação internacional que já era grande, se tornou maior ainda a partir da ausência internacional e das trapalhadas de seu antecessor. No entanto, prestígio não é sinônimo de conhecimento factual e conceitual do que está acontecendo.

Durante o G7, Lula acertou em alguns pontos. De fato, o mundo não precisa de uma Guerra Fria. No entanto, ela existe. Criticar o criticável, sem apresentar uma solução estruturada, é chover no molhado. Óbvio que o mundo não precisa de uma nova Guerra Fria, mas, surpresa, ela está aí e nos resta compreender suas nuances para evitar que ela se torne quente.

Lula criticou fortemente o presidente americano Joe Biden por se colocar tão fortemente contra a Rússia em sua condenação à invasão da Ucrânia. Qual seria o comportamento ideal então? Estimular uma equivalência de culpa entre o agredido e o agressor gera um sentimento de repulsa tão profunda no agredido, que compreendo o fato de Volodymir Zelensky ter desistido de ir à reunião marcada para as 15h15 (hora local) no hotel onde Lula estava hospedado.

As consequências desta guerra no Donbass e em inúmeras localidades ucranianas são tão trágicas e tão dispendiosas que é absolutamente inaceitável ignorar ou relativizar o comportamento do governo russo. O mundo tem de compreender que há um claro agressor neste conflito e, se queremos trazer a paz, temos de ter uma solução prática e concreta para pôr fim a este conflito de uma forma que não premie a Rússia. Como obter uma solução onde a paz é gerada por uma navalhada na própria carne para entregar um naco para os russos?

O mundo precisa de um mediador que enxergue essa realidade e atue na busca de uma solução viável que satisfaça os dois lados sem recompensar o país agressor. O Brasil tem potencial para se tornar esse mediador, mas não com a percepção que se tem hoje do conflito ucraniano-russo. Lula está correto em afirmar que a postura de Biden o impede de mediar a guerra, afinal, os EUA já se posicionaram amplamente a favor dos ucranianos (como boa parte do planeta).

Por outro lado, Lula ainda não percebeu que o comportamento do Brasil até agora, legitimado pela fala de Serguei Lavrov (“os interesses russos estão bem alinhados com a proposta brasileira”), também impede o Brasil de mediar, pois seu lado já foi escolhido, mesmo que não queira deixar isso claro.

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Thiago de Aragão, analista político

Quando a soberania de um país que estava quieto em seu canto é violada por meio de uma invasão, não dá para relativizar o ato do agressor e equalizá-lo ao comportamento do agredido. A Ucrânia, violentada pela invasão russa, certamente não quer dividir a culpa da guerra com seu agressor. A percepção brasileira de equivalência de culpa é exatamente o que desqualifica o Brasil para o papel de mediador.

É absolutamente compreensível que o presidente Lula busque esse protagonismo como mediador. Afinal, sua reputação internacional que já era grande, se tornou maior ainda a partir da ausência internacional e das trapalhadas de seu antecessor. No entanto, prestígio não é sinônimo de conhecimento factual e conceitual do que está acontecendo.

Durante o G7, Lula acertou em alguns pontos. De fato, o mundo não precisa de uma Guerra Fria. No entanto, ela existe. Criticar o criticável, sem apresentar uma solução estruturada, é chover no molhado. Óbvio que o mundo não precisa de uma nova Guerra Fria, mas, surpresa, ela está aí e nos resta compreender suas nuances para evitar que ela se torne quente.

Lula criticou fortemente o presidente americano Joe Biden por se colocar tão fortemente contra a Rússia em sua condenação à invasão da Ucrânia. Qual seria o comportamento ideal então? Estimular uma equivalência de culpa entre o agredido e o agressor gera um sentimento de repulsa tão profunda no agredido, que compreendo o fato de Volodymir Zelensky ter desistido de ir à reunião marcada para as 15h15 (hora local) no hotel onde Lula estava hospedado.

As consequências desta guerra no Donbass e em inúmeras localidades ucranianas são tão trágicas e tão dispendiosas que é absolutamente inaceitável ignorar ou relativizar o comportamento do governo russo. O mundo tem de compreender que há um claro agressor neste conflito e, se queremos trazer a paz, temos de ter uma solução prática e concreta para pôr fim a este conflito de uma forma que não premie a Rússia. Como obter uma solução onde a paz é gerada por uma navalhada na própria carne para entregar um naco para os russos?

O mundo precisa de um mediador que enxergue essa realidade e atue na busca de uma solução viável que satisfaça os dois lados sem recompensar o país agressor. O Brasil tem potencial para se tornar esse mediador, mas não com a percepção que se tem hoje do conflito ucraniano-russo. Lula está correto em afirmar que a postura de Biden o impede de mediar a guerra, afinal, os EUA já se posicionaram amplamente a favor dos ucranianos (como boa parte do planeta).

Por outro lado, Lula ainda não percebeu que o comportamento do Brasil até agora, legitimado pela fala de Serguei Lavrov (“os interesses russos estão bem alinhados com a proposta brasileira”), também impede o Brasil de mediar, pois seu lado já foi escolhido, mesmo que não queira deixar isso claro.

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