Obra de Virginia Woolf em aulas de inglês desenvolve pensamento crítico e gosto pela literatura
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Tirar Virginia Woolf da “torre de marfim”: é assim que Maria Aparecida Oliveira traduz a missão que tem como professora adjunta de língua e literatura inglesa na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Após concluir seu pós-doutorado na Universidade de Toronto, Oliveira utilizou os textos woolfianos na escola pública estadual Djalma Teles Galdino, do Rio Branco (Acre).
Para ela, é muito importante que estudantes de todas as idades possam conhecer Virginia Woolf. “É uma oportunidade de o aluno da escola pública aprender um pouco mais sobre literatura inglesa, desenvolvendo o pensamento crítico e o gosto pela literatura. A Virginia Woolf é muito aberta a diversos temas e isso acaba cativando o leitor mais jovem”, afirma.
Como pesquisadora e educadora, a professora acredita no potencial transformador da obra da autora e compartilha estratégias e vivências com outros docentes na UFPB. Já como integrante da Virginia Woolf Society, acompanha trabalhos relevantes realizados em torno da literatura da britânica. No áudio, cita um desses exemplos que podem ser replicados nas aulas de inglês.
A professora conta que uma das peças de Woolf, Freshwater (publicada em 1935), foi traduzida por Victor Santiago, que trabalha na UFAC agora. “Ele fez uma peça em português, dirigida por ele também. É uma tese que está disponível no banco de teses da UERJ, onde defendeu sob orientação do professor Davi Pinho. Agora, o ensaio da peça foi publicado no YouTube, então ele está disponível também. É um belo trabalho que pode ser muito interessante para os professores desenvolverem em sala de aula”.
Autora da tese “A representação feminina na obra de Virginia Woolf”, Oliveira cita ainda o feminismo como um dos temas importantes tratados pela escritora britânica. “Podemos destacar sua estética modernista e feminista, que é uma maneira de escrever que desafia os padrões patriarcais e a ideologia opressiva da era vitoriana. Mas é claro que é importante pensar no feminismo em 1929 e no feminismo hoje, que é mais inclusivo educando meninos e meninas para uma educação feminista e antirracista. Então a gente precisa fazer essa ponte entre o feminismo da primeira onda e o feminismo dos dias atuais”, conclui.
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